por Guilhermo Breytenbach Bazárov de Mont Serrat
Escrevo-lhe pois que já não sei mais a quem recorrer, alguma vez você já se sentiu completamente sozinho, enfiado em um buraco? Pois bem, meu amigo Osama, esse buraco em que me meti, sou eu mesmo, ou como dizem os franceses moi-même. Mas afinal Osama, me diga uma coisa: o que é a humanidade? Ódio e destruição? Pois bem... pelos últimos acontecimentos, ou melhor, pelos seus últimos ensinamentos, pelos últimos milenios é isso que me parece... Osama, pode-se combater ódio com mais ódio? Por que não se esquece ódio assim do dia para noite, e eu não me esqueço. Você não se esquece. Acho que nem em 25 anos eu esquecerei o que me aconteceu, e eu já não sou Eu, ou nunca fui: agora eu seu Outro. Outro diferente, duro, estranho, e as vezes eu tenho medo me mim. Você sabe Osama o estrago que se pode fazer com um lápis. E eu ando sempre com lápis no bolso.
Nestes dias, em que minha solidão me doí em demasia, quando tenho a impressão que ser singular e diferente é imoral ou anormal, ou pelo que vejo e leio nos jornais da humanidade tenho só uma vontade: dedicar minha vida à criação de um vírus como destes filmes de terror B para acabar com toda a espécie, pois que só vejo ódio e destruição – e muita perseguição, incompreensão e solidão. Tudo isso para quê? Responda-me Osama!
Nestes dias, em que minha solidão me doí em demasia, quando tenho a impressão que ser singular e diferente é imoral ou anormal, ou pelo que vejo e leio nos jornais da humanidade tenho só uma vontade: dedicar minha vida à criação de um vírus como destes filmes de terror B para acabar com toda a espécie, pois que só vejo ódio e destruição – e muita perseguição, incompreensão e solidão. Tudo isso para quê? Responda-me Osama!
Você sabe Osama o que é isso, não é? Sabe do que estou falando? Eu não sei bem, se me expresso bem, Osama, mas já sei que sentia esta perseguição e este ódio há milenios quando há muitos anos meus antepassados "africankaans" deixaram a África para fugir deste ódio para refugiar-se na América do Sul, quando meus avós deixaram os retalhos das Italias suas; tão diferentes... e tudo confluiu e é isso que sou. Um encontrar aqui de continentes, de imperialismos, e nacionalismos, Osama? Ódio, dor e comiseração. Me diga uma coisa Osama, você que sabe tudo, e provavelmente tem o mundo em suas mãos, a humanidade se perdeu? Ou sempre esteve perdida? Diga-me ! Por Favor, fale algo, responda-me! Eu sei que você sabe !
Não se irrite Osama, seu ódio não custa tão barato, eu sou apenas um robô deles, com defeito de fabricação – solto no mundo. Não é? Quantas vezes você já pensou que esse Osama já não era você? Acho que nunca, não é mesmo: considerando, toda tua força, sua capacidade de destruir – contra ou a favor de alguns, pensando que isso era o correto a se fazer. Afinal, estou curioso, foi você ou a CIA? Ou vocês ainda trabalham juntos? Bom, isso pouco importa para os que morreram na dor, para seus familiares que ainda sofrem, mesmo assim você foi tão firme e direto. Sem dúvidas. Afinal Osama, você é humano? Nunca teve dúvidas e se perguntou sobre quem é você? Você já pensou em se matar?
Eu muitas vezes, mas sei que isso não redimirá minha dor, nem qualquer outra. Não importa. Nem de meu passados, nem de meus ancestrais. Seria mais justo matar-me na guerra como você ? Ou você nem mesmo pretende se matar nessa guerra... Acho que sim, afinal são tantas as virgens... Mas eu nem mesmo gosto muito de virgens, e nem sou muito inclinado a qualquer tipo de guerra. Guerra contra mim mesmo vale? Mas e que eu faço com tais virgens, posso liberta-las?
Bom, Osama, desculpe-me, escrevo-lhe tomando seu tempo tão precioso, e você pode ter que falar a qualquer momento com a Casa Branca ou com a Casa dos dois leões... vai perder tempo com minhas indagações existenciais – eu – um reles robozinho meio defeituoso com 4 rosas estampadas no braço direito. Mas eu só queria saber, Osama, me diga, onde começa EU e onde começa ELES. O que devo fazer? Por que ouvir as vozes que me assombram do passado que nem é meu – sejam as vozes violáceas e alaranjados da África meridional ou dos fragmentos de Italias rubras e verdes e dos Porto Cales que tenho em meu sangue. O que afinal sou EU, Osama. Responda-me. Bem, acho que você não pode me ouvir. Somente eu posso buscar no tempo e na terra as folhas secas que me foram legadas, e joga-las, enfim, fora de mim. Folhas que já não me pertencem mais ou que nunca foram o que eu devia ser. Mas o que EU quero ser.
Não se irrite Osama, seu ódio não custa tão barato, eu sou apenas um robô deles, com defeito de fabricação – solto no mundo. Não é? Quantas vezes você já pensou que esse Osama já não era você? Acho que nunca, não é mesmo: considerando, toda tua força, sua capacidade de destruir – contra ou a favor de alguns, pensando que isso era o correto a se fazer. Afinal, estou curioso, foi você ou a CIA? Ou vocês ainda trabalham juntos? Bom, isso pouco importa para os que morreram na dor, para seus familiares que ainda sofrem, mesmo assim você foi tão firme e direto. Sem dúvidas. Afinal Osama, você é humano? Nunca teve dúvidas e se perguntou sobre quem é você? Você já pensou em se matar?
Eu muitas vezes, mas sei que isso não redimirá minha dor, nem qualquer outra. Não importa. Nem de meu passados, nem de meus ancestrais. Seria mais justo matar-me na guerra como você ? Ou você nem mesmo pretende se matar nessa guerra... Acho que sim, afinal são tantas as virgens... Mas eu nem mesmo gosto muito de virgens, e nem sou muito inclinado a qualquer tipo de guerra. Guerra contra mim mesmo vale? Mas e que eu faço com tais virgens, posso liberta-las?
Bom, Osama, desculpe-me, escrevo-lhe tomando seu tempo tão precioso, e você pode ter que falar a qualquer momento com a Casa Branca ou com a Casa dos dois leões... vai perder tempo com minhas indagações existenciais – eu – um reles robozinho meio defeituoso com 4 rosas estampadas no braço direito. Mas eu só queria saber, Osama, me diga, onde começa EU e onde começa ELES. O que devo fazer? Por que ouvir as vozes que me assombram do passado que nem é meu – sejam as vozes violáceas e alaranjados da África meridional ou dos fragmentos de Italias rubras e verdes e dos Porto Cales que tenho em meu sangue. O que afinal sou EU, Osama. Responda-me. Bem, acho que você não pode me ouvir. Somente eu posso buscar no tempo e na terra as folhas secas que me foram legadas, e joga-las, enfim, fora de mim. Folhas que já não me pertencem mais ou que nunca foram o que eu devia ser. Mas o que EU quero ser.
Qual o limite da minha liberdade, Osama, não esqueça que eu abro mão das virgens e nem pretendo me espatifar em um arranha-céu, que opções tenho eu? Diga-me.
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