Que a mentira, salvo a que é infantil e espontânea, e nasce da vontade de estar a sonhar, é tão somente a noção da existência real dos outros e da necessidade de conformar a nossa, que não se pode conformar a ela. A mentira é simplesmente a linguagem ideal da alma, pois, assim como nos servimos das palavras, que são sons articulados de uma maneira absurda, para a linguagem real traduzir os mais íntimos e sutis movimentos da emoção e do pensamento, que as palavras não poderão nunca traduzir, assim nos servimos da mentira e da ficção para nos enterdermos uns aos outros, o que, com a verdade, própria e instransmissível, se nunca poderia fazer.
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Fingir é amar.
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Não fugimos, por mais que queiramos, à fraternidade universal. Amamo-nos todos uns aos outros, e a mentira é o beijo que trocamos
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