Por Augusto Patrini Menna Barreto Gomes
- "Um pouco de possível, senão eu sufoco..." Gilles Deleuze"
- É preciso ter caos e frenesi dentro de si para dar à luz uma estrela dançante. "Nietzsche"
- Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."Nietzsche"
- A loucura humana é fonte de ódio, crueldade, barbárie, cegueira. Mas sem as desordens da afetividade e as irrupções do imaginário, e sem a loucura do impossível, não haveria élan , criação, invenção, amor, poesia". Edgar Morin
Um filme especialmente delicado está nos cinemas de São Paulo. Considerado pela “crítica” cínica da grande mídia como mais um filme água com açúcar, por preconceito ou azedume. O preconceito pode ser por dois motivos; o primeiro deles é que o filme foi produzido por Hollywood, entretanto penso que não é este o caso, pois esta mesma crítica elogia filmes “baratos” como Senhor dos Anéis, e outros filminhos do gênero. O segundo motivo do preconceito, que por ser um conceito preconcebido já um mal e o nome do Filme no Brasil; Um beijo Roubado – nome para lá de banal. Bom, para falarmos do filme trata-se de Blueberry Nights, para quem não sabe Blueberry tem nome em português: Mirtilo, uma fruta originária da América do Norte que é para lá de gostosa doce e azeda ao mesmo tempo.
Penso que na verdade a nossa “grande crítica” especializada dá pouca importância ao filme por ser provinciana, e insensível a temas atemporalmente importantes como o mistério do amor e do desamor. Na verdade as más críticas do filme desconhecem que o seu realizador, Wang Kar Wai, que é também seu roteirista, foi saudado na Europa como uma verdadeira revolução na linguagem cinematográfica. Utilizando-se de clichês propositalmente saturados, imagens desfocadas, e rotações "desreguladas" o diretor foca a câmera sobre gestos banais, temas prosaicos mas que, no entanto, são mais importa
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O filme nos brinda com as delicadas atuações de Judd Law, e pasmem, Norah Jones. Vale a pena conferir, o filme é poético, delicado, o mais importante parece guardar valores em um mundo onde o cinismo, o desencanto e o utilitarismo acabam por tudo destruir. Por que não arriscar um misto de doce e ácido? Viver não é ser útil ou comprar, viver é experimentar.
PS: A Música é igualmente importante em todos os outros filmes, sobretudo Amor à Flor da Pele!
Um comentário:
Vamos ver se valerá o "novo" título brasileiro ou se seria melhor o "blueberry"... :-) Fiquei interessadíssima em ver. Que boa crítica aos críticos!
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