domingo, 28 de dezembro de 2008

Humano...



" Uma convicção é a crença de estar, num ponto qualquer do conhecimento de posse da verdade absoluta.
Essa crença supõe, portanto, que há verdades absolutas; ao mesmo tempo que foram encontrados os métodos perfeitos para chegar a isso; finalmente, que todo o homem que tem convicções aplica esses métodos perfeitos.
Essas três condições mostram logo a seguir que o homem das convicções não é um homem do pensamento científico; ele está diante de nós na idade da inocência teórica, é uma criança, qualquer que seja o seu porte.
Mas séculos inteiros viveram nessas idéias pueris que jorraram as mais poderosas fontes de energia da humanidade. Esses homens inumeráveis que se sacrificavam por suas convicções acreditavam fazê-lo pela verdade absoluta.
(...)
Não foi a luta de opiniões que tornou a história tão violenta, mas a luta da fé nas opiniões, isto é, nas convicções.
Se no entanto, todos aqueles que faziam de sua convicção uma idéia tão grande, que lhe ofereceriam sacrifícios de toda a espécie e não poupavam a metade de sua força para procurar por qual direito se ligavam a essa convicção antes que a essa outra, por cujo caminho tinham chegado que aspecto pacífico teria tomado a história da humanidade!
Como teria sido muito maior o número de conhecimentos! Todas essas cenas cruéis que a perseguição dos herdeiros em todos os tipos oferece nos teriam sido poupadas por duas razões: em primeiro lugar, porque os inquisidores teriam dirigido antes de tudo sua inquisição para eles mesmos e com ela teriam terminado com a pretensão de defender a verdade absoluta; em segundo lugar, porque os próprios partidários de princípios tão mal fundados como são os princípios de todos os sectários e todos os “crentes no direito”, teriam cessado de compartilhá-los depois de tê-los estudado".




Friedrich Nietzsche in: Humano, demasiado humano

2 comentários:

Anônimo disse...

Não cabem ao Cristianismo senão duas alcunhas: segregação e dogma.

Quantos séculos foram perdidos! Quantos tesouros, queimados, derretidos! Quantos homens, mulheres, crianças e animais, imolados em divinamente demoníacos holocaustos!...

...em nome de Deus, que isto jamais seja esquecido. Hoje, os neocristianismo e o neoislamismo radicalistas, xiitas, extremistas, repolarizam aquilo que jamais fora uníssono; analisar-se friamente à Guerra do Iraque, superficialmente a apontar seu estopim e mote como sendo unicamente a fonte de óleo cru e negro, é, senão, presunção equivocada, mas não em todo incorreta. Há, hoje, embora veladamente, clara perseguição: daqueles que seguem a Cruz contra outros tantos que seguem o Crescente.

Que seja Deus o mesmo; os exércitos, esses sim são divergentes.

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