Diante do ambiente geral homofóbico, demonstrado no facebook por membros do Partido Pirata do Brasil, retiro-me formalmente da tentativa de debater com essas pessoas, e retiro-me de qualquer idia de construir esse partido que pelo jeito já nasce velho. Piratas que não entendem a luta LGBT, não entendem o estado Laico, e a luta contra o racismo e a luta das mulheres, assim como não entendem que não vivem na Suécia ou na Alemanha não são piratas, são outra coisa, algo que vem do passado.
A liberdade ilimitada que defendem alguns de seus integrantes, em nosso país, um dos mais injustos do mundo é a liberdade do mais forte pisar na cabeça dos mais fracos. Eu, como homem de esquerda, e como estudioso da história, dos movimentos de direita estarei sempre do lado daqueles que são mais fracos. Não entrarei na política para defender meus privilégios de homem branco de classe média, entrei sempre para estar ao lado dos que não possuem voz, não possuem terra, e não possuem amor e justiça.
O resto é falatório vazio ou dogma libertário que não corresponde a prática e a realidade. Renuncio assim a coordenação LGBT SP - e participação neste partido - por acreditar que o ambiente dos piratas não oferece instrumentos para qualquer tipo de luta contra a opressão homofóbica. Espero sinceramente daqui um anos eu não veja mais um PV no Brasil, partido hoje que é instrumento de homofóbicos e fundamentalistas religiosos - e não instrumento da justiça, da liberdade e do fim da opressão (como consta em seu programa).
Um abraço
5 comentários:
Todo partido começa em algum lugar. E quando começa precisa de pessoas dispostas a construir. A Patrícia é feminista, quase saía do Partido... mas reconsiderou, pois entendeu que ela tinha de estar dentro para ajudar a construir o que ainda não está pronto, o que ainda não está lá.
O que está pronto até agora é: Nosso estatuto e nosso programa. O que está em constante evolução, nossas diretrizes. Todas estas defendem a diversidade, as minorias e os direitos humanos! A defesa dos direitos humanos e laicidade do estado é cláusula pétrea do Estatuto! Isso é o que construímos até agora, não faz nem duas semanas, cara!
É diferente de partir de um partido pronto, ou de um partido que já se inicia todo feito (dissidência do PT que vira o PSOL, etc...)
Você se engajou em uma série de debates de facebook numa comunidade aberta e tão-somente por esses debates abandonou o barco como se tivesse visto a partido como um todo, e na prática e na rotina.
Estamos implantando nosso sistema de colaboração online - nem isso temos pronto ainda - onde os membros efetivamente associados ao partido vão construir as coisas.
Uma pena que não se dispôs a ajudar a construir o que ainda não está posto e enxergou como posto. Talvez se tivesse vindo para nossa Convenção de fundação, veria como dentre os fundadores a banda tocou bem diferente.
Uma comunidade aberta de facebook é isso - uma comunidade aberta de facebook, não é voz de quem fundou o partido.
Aos que não tiveram oportunidade de ler, peço que reservem alguns minutos para ler as cláusulas pétreas do Estatuto do Partido Pirata do Brasil. E nosso programa. E nossas diretrizes iniciais.
Não é pra fazer propaganda não. É porque É ISSO que temos construído até agora, e somente isso é o que nos identifica e define.
Os próprios documentos do partido NEGAM a possibilidade de: anti-laicidade, de ataque a minorias.
Por favor, leiam e tirem as próprias conclusões: https://docs.google.com/document/d/1EMe9tDgZ8zOaEdSxiw4cA0I4glzBiR1LQJquxj4WsME/edit?pli=1
Esse depoimento merecia uma tradução para o sueco, sendo também que deveria chegar às mãos do Rickard Falkvinge.
É uma vergonha que a mentalidade brasileira consiga destruir até ideologias tão nobres como a pirate politics.
Blogo muito bom!
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