sexta-feira, 6 de março de 2009

Pedido do Ass. Tec da Presidência aos maus tratos da Santa Casa de São Paulo




05/03/09 13:48
De: Cassio Rogério D.Lemos Figueiredo
Para: drs1@saude.sp.gov.br
Cópia: apatrini@terra.com.br
Assunto: Denúncia Sta. Casa
Anexo(s) :


À
Secretaria de Estado da Saúde
Direção Regional de Saúde-1
DD Diretora Dra. Deise Aiko Koda
Por meio desta encaminhamos denúncia do Sr. Augusto Patrini contra a Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo (hospital sob gestão estadual), por maus
tratos sofridos durante sua hospitalização.
Solicitamos Vossos préstimos quanto a apurar tal ocorrência, para também
pronunciar-se sobre o fato.
Aguardamos seu retorno quanto às providências tomadas.
Certos de contar com Vosso empenho, nos colocamos à disposição para o que
couber.
Atenciosamente,
Cássio Rogério Dias Lemos Figueiredo
Assessor Técnico da Presidência
Comissão Municipal de Direitos Humanos - CMDH
Fone: (11) 3397.14.00

-----Mensagem original-----
De: CMDH - Comissão Municipal de Direitos Humanos
Enviada em: terça-feira, 3 de março de 2009 10:53
Para: Cassio Rogério D.Lemos Figueiredo
Assunto: ENC: Contato do portal - Reclamação

De: apatrini@terra.com.br [mailto:apatrini@terra.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 2 de março de 2009 20:42
Para: cmdh@prefeitura.sp.gov.br; redacao_portal1@prefeitura.sp.gov.br
Assunto: Contato do portal - Reclamação

URL de acesso: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/cidadania/cmdh

Mensagem enviada por Augusto Patrini Menna Barreto Gomes
(apatrini@terra.com.br) [masculino]

Escolaridade: Pós-Graduação

Cidade/Estado: São Paulo/São Paulo



Carta aberta à Santa Casa de São Paulo.

São Paulo, 25 de Fevereiro de 2009.
Ao

Dr. Antônio Carlos Forte e ao conselho de administração da Irmandade da Santa Casa de "Misericórdia" de São Paulo


Venho por meio desta prantear meus protestos veementes contra o tratamento dispensado aos pacientes do pronto socorro ?beneficente? desta instituição. O quadro é de descaso e degradação humana e a maioria dos funcionários é de um desrespeito e desumanidade atroz.

O que mais me escandalizou é que contrariando a Constituição Federal da República do Brasil, o corpo de seguranças mantém os pacientes em regime de reclusão de liberdade. Em meu caso específico, entrei no dia 24 de fevereiro de 2009 sofrendo com um caso de depressão. Acabara de retornar ao País, após morar algum tempo na Argentina.

Passei a noite no hospital. O pior veio pela manhã, aproximadamente às 9h00. Apesar de passar a noite em claro, sem camisa para me cobrir, depois de ter meu pedido ignorado por todos os médicos, ao tentar conversar com meu amigo que me havia levado ao hospital, fui impedido e colocado em meu quarto em privação de liberdade, o que contraria a Constituição da República.

Quando tentei sair para falar com meu amigo, que havia me trazido uma camisa, fui agarrado por seis seguranças que me seguraram violentamente, ferindo os braços e as pernas, mas também a minha dignidade.

Venho também informar que a chefe da psiquiatria endossou todos esse comportamentos e ainda expôs uma concepção de psiquiatria digna do século XIX e XX, que corroborava com a privação de liberdade e com tal violência. Além de tudo isso, afirmou que se eu quisesse um tratamento diferente, que tivesse plano de saúde, coisa que eu não tenho por ter morado na Argentina, onde nunca fui tratado com essa brutalidade, descaso e violência em uma unidade de saúde.

Diante dessa situação, considero cabível um processo no conselho de ética do hospital ou mesmo junto ao CRM-SP, uma vez que esta defendeu atos de violência e coação como formas de tratamento.

Informo que ao sair do hospital escoltado por meu amigo fui diretamente ao 4º Distrito da Polícia Civil da Capital, onde registrei uma queixa contra a Santa Casa por privação de liberdade e violência física e moral.

Também informo que uma cópia desta carta será encaminhada para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, ao Gabinete da Presidência da República, ao Ministério da Saúde, ao Ministério Público Federal, ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo, à Ordem dos Advogados do Brasil, aos principais jornais do País, ao movimento anti-manicomial e ao Partido dos Trabalhadores.

Na minha opinião, uma instituição que se diz de misericórdia e beneficente - e trata seus pacientes de forma diferente, de acordo com a classe social ? e que atende no pronto socorro público seus pacientes de forma tão indiferente, ineficiente e brutal, não deveria receber um centavo do governo ou da sociedade civil.

Peço, portanto, providências quanto à violência sofridas e as pessoas que a perpetraram e defenderam - seguranças e a chefe da psiquiatria.

Atenciosamente,

Augusto Patrini Menna Barreto Gomes

Jornalista, Historiador (USP) e Tradutor

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