Por Augusto Patrini Menna Barreto Gomes
Os bôeres ou africânder são um povo bastante peculiar. Originários do imperialismo holandês são a resultante da fusão de vários povos europeus, mas principalmente holandeses – mas também belgas, franceses do atual nord-pas-de-callais, alemães e franceses huguenotes (calvinistas) e em menos medida portugueses e britânicos. No século XIX, com a independência da África do Sul, receberam contingentes populacionais originários da Guiana Holandesa, (atual Suriname) e Holanda, propriamente dita.
Sua peculiaridade não reside propriamente nessa fusão, pois fusões como estas aconteceram e ainda acontecem na Europa, mas que essa fusão se deu na África a partir do século XVII. Como o imperialismo holandês acabou por se desinteressar por sua colônia do cabo, acabaram por constituir sua identidade desde a terra ao qual desenvolveram forte vínculo afetivo e cultural: a África do Sul. Alguns historiadores e antropólogos defendem mesmo que os Africânderes tornaram-se uma “tribo” tão africana, quanto outras comunidades de origem propriamente africana, como por exemplo os zulus ou os xhosas. Desde o século XVII, os holandeses e demais povos (alemães e franceses calvinistas) ocupam progressivamente a região do cabo da boa esperança (o marco é 6 de abril de 1652, com o desembarque dos navios da Cia Holandesa das Índias Orientais, comandados por Jan Anthoniszoon van Riebeeck. Sua história é complexa, com muitas lutas, e tensões, e dificilmente pode ser resumida em um artigo de uma página. Os africânderes em conflito tanto com o império britânico como as comunidades africanas, tiveram que migrar dentro da África meridional, e desenvolveram um estranho conceito messiânico de “povo escolhido”.
Deixados a própria sorte, desenvolvem uma identidade particular, que em contato com outro imperialismo, o britânico, no século XIX, daria inicio Guerra dos Bôeres, opondo Afrikaans e britânicos. Os Bôeres seriam nesta guerra vencidos e concentrados no que seria chamado posteriormente de “Campo de Concentração”. Com o Século XIX há uma espécie de acordo com os colonos britânicos da África do Sul e o desenvolvimento do que passou a se chamar apartheid. Hoje com a África do Sul democrática e multirracial, muitos deles ligaram-se ao CNA (Congresso Nacional Africano) e alguns optaram em migrar principalmente para Austrália e Nova Zelândia. Hoje a língua não é somente falada por povos identificados com a tradição Boer, mas também por uma ampla gama de povos hibridos, de origem malaia, indiana, portuguesa. A língua também é encontrada na Namíbia, e reconhecida como uma das línguas oficiais deste país
Bibliografia:
Coquerel, Paul. L'Afrique du Sud des Afrikaners, 1992, éditions complexe.
Fauvelle-Aymar, F. X. Histoire de l'Afrique du Sud, p 296-297, 2006, Seuil.
Sua peculiaridade não reside propriamente nessa fusão, pois fusões como estas aconteceram e ainda acontecem na Europa, mas que essa fusão se deu na África a partir do século XVII. Como o imperialismo holandês acabou por se desinteressar por sua colônia do cabo, acabaram por constituir sua identidade desde a terra ao qual desenvolveram forte vínculo afetivo e cultural: a África do Sul. Alguns historiadores e antropólogos defendem mesmo que os Africânderes tornaram-se uma “tribo” tão africana, quanto outras comunidades de origem propriamente africana, como por exemplo os zulus ou os xhosas. Desde o século XVII, os holandeses e demais povos (alemães e franceses calvinistas) ocupam progressivamente a região do cabo da boa esperança (o marco é 6 de abril de 1652, com o desembarque dos navios da Cia Holandesa das Índias Orientais, comandados por Jan Anthoniszoon van Riebeeck. Sua história é complexa, com muitas lutas, e tensões, e dificilmente pode ser resumida em um artigo de uma página. Os africânderes em conflito tanto com o império britânico como as comunidades africanas, tiveram que migrar dentro da África meridional, e desenvolveram um estranho conceito messiânico de “povo escolhido”.
Deixados a própria sorte, desenvolvem uma identidade particular, que em contato com outro imperialismo, o britânico, no século XIX, daria inicio Guerra dos Bôeres, opondo Afrikaans e britânicos. Os Bôeres seriam nesta guerra vencidos e concentrados no que seria chamado posteriormente de “Campo de Concentração”. Com o Século XIX há uma espécie de acordo com os colonos britânicos da África do Sul e o desenvolvimento do que passou a se chamar apartheid. Hoje com a África do Sul democrática e multirracial, muitos deles ligaram-se ao CNA (Congresso Nacional Africano) e alguns optaram em migrar principalmente para Austrália e Nova Zelândia. Hoje a língua não é somente falada por povos identificados com a tradição Boer, mas também por uma ampla gama de povos hibridos, de origem malaia, indiana, portuguesa. A língua também é encontrada na Namíbia, e reconhecida como uma das línguas oficiais deste país
Bibliografia:
Coquerel, Paul. L'Afrique du Sud des Afrikaners, 1992, éditions complexe.
Fauvelle-Aymar, F. X. Histoire de l'Afrique du Sud, p 296-297, 2006, Seuil.
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