O pedestre em São Paulo continua sendo um cidadão de segunda classe, não obstante melhorias introduzidas, tanto ao nível do novo código de trânsito, como na legislação municipal.
Calçada com inclinações e pisos inadequados, em acintosa desobediência à legislação vigente, continuam a ser construídas em frente a novos prédios. Em muitos deles a calçada nada mais é do que a rampa de acesso de veículos a suas garagens, deixando ao pedestre o desconforto de se equilibrar, quando pode. Idosos, cadeirantes e mães empurrando carrinhos de bebês preferem andar pela rua, junto ao meio fio, do que correr o risco de cair ou tombar nessas rampas, ao andarem enviesados.
Da mesma forma, nas regiões de terreno inclinado, as inclinações ao longo da calçada são excessivas e geram tensões nas pessoas com certa dificuldade de andar em plano inclinado pisando em pavimentos nem sempre seguros. Não é de se estranhar, portanto, que pesquisas feitas pelo IPEA revelaram um alto índice de quedas nas calçadas da Cidade de São Paulo: nove quedas por 1.000 habitantes por ano. Em outras palavras, ferem-se, aproximadamente, 100.000 pedestres por ano, considerando que a população da Cidade é de quase 11 milhões de habitantes.
Sem desconsiderar os atropelamentos nas calçadas, cada vez mais freqüentes, a maior parte deles acontece quando o pedestre atravessa a pista em que transitam os veículos automotores, bem como quando se encontram andando ou parados no acostamento das rodovias. As estatísticas sobre mortes por atropelamento na Cidade de São Paulo que vinham caindo rapidamente, subiram nos últimos anos. Desconhecem-se estudos e pesquisas que revelem as causas desse recrudescimento. Sem dúvida, as bebidas alcoólicas são um dos fatores responsáveis por isso, pois afetam não só o comportamento do motorista, como o do próprio pedestre. Uma significativa parcela destes últimos é atropelada quando eles transitam bêbados, principalmente nos fins de semana e à noite. A pouca visibilidade dos pedestres nesse caso, bem como de ciclistas que desobedecem à lei e transitam sem material retro-refletivo, responde por um grande número de atropelamentos. Não se conhece nenhum programa ou projeto sobre a necessidade urgente dos “não iluminados” usarem material retro-refletivo para garantir que serão vistos à noite pelos motoristas por meio da retro-reflexão das luzes dos faróis dos veículos.
Pesquisas feitas no exterior sobre a relação entre a velocidade de impacto sobre o pedestre e a gravidade dos ferimentos causados revelam o seguinte: a uma velocidade de 32 km/h (20 milhas) a probabilidade de um pedestre atropelado morrer é de 5%; se essa velocidade dobra, isto é, atinge 64 km/h, a probabilidade de morte aumenta 17 vezes, ou seja, é de 85%. E se atingir 80 km/h pode-se afirmar que a morte é praticamente certa.
Em vista disso, a ABRASPE vem insistindo junto às autoridades de trânsito sobre as duas prioridades da fiscalização que realmente poderão salvar a vida ou evitar a perda permanente de funções básicas do pedestre atropelado: são eles os controles do consumo de álcool por motoristas e pedestres no trânsito e o de excesso de velocidade praticado por motoristas alcoolizados ou não.
Calçada com inclinações e pisos inadequados, em acintosa desobediência à legislação vigente, continuam a ser construídas em frente a novos prédios. Em muitos deles a calçada nada mais é do que a rampa de acesso de veículos a suas garagens, deixando ao pedestre o desconforto de se equilibrar, quando pode. Idosos, cadeirantes e mães empurrando carrinhos de bebês preferem andar pela rua, junto ao meio fio, do que correr o risco de cair ou tombar nessas rampas, ao andarem enviesados.
Da mesma forma, nas regiões de terreno inclinado, as inclinações ao longo da calçada são excessivas e geram tensões nas pessoas com certa dificuldade de andar em plano inclinado pisando em pavimentos nem sempre seguros. Não é de se estranhar, portanto, que pesquisas feitas pelo IPEA revelaram um alto índice de quedas nas calçadas da Cidade de São Paulo: nove quedas por 1.000 habitantes por ano. Em outras palavras, ferem-se, aproximadamente, 100.000 pedestres por ano, considerando que a população da Cidade é de quase 11 milhões de habitantes.
Sem desconsiderar os atropelamentos nas calçadas, cada vez mais freqüentes, a maior parte deles acontece quando o pedestre atravessa a pista em que transitam os veículos automotores, bem como quando se encontram andando ou parados no acostamento das rodovias. As estatísticas sobre mortes por atropelamento na Cidade de São Paulo que vinham caindo rapidamente, subiram nos últimos anos. Desconhecem-se estudos e pesquisas que revelem as causas desse recrudescimento. Sem dúvida, as bebidas alcoólicas são um dos fatores responsáveis por isso, pois afetam não só o comportamento do motorista, como o do próprio pedestre. Uma significativa parcela destes últimos é atropelada quando eles transitam bêbados, principalmente nos fins de semana e à noite. A pouca visibilidade dos pedestres nesse caso, bem como de ciclistas que desobedecem à lei e transitam sem material retro-refletivo, responde por um grande número de atropelamentos. Não se conhece nenhum programa ou projeto sobre a necessidade urgente dos “não iluminados” usarem material retro-refletivo para garantir que serão vistos à noite pelos motoristas por meio da retro-reflexão das luzes dos faróis dos veículos.
Pesquisas feitas no exterior sobre a relação entre a velocidade de impacto sobre o pedestre e a gravidade dos ferimentos causados revelam o seguinte: a uma velocidade de 32 km/h (20 milhas) a probabilidade de um pedestre atropelado morrer é de 5%; se essa velocidade dobra, isto é, atinge 64 km/h, a probabilidade de morte aumenta 17 vezes, ou seja, é de 85%. E se atingir 80 km/h pode-se afirmar que a morte é praticamente certa.
Em vista disso, a ABRASPE vem insistindo junto às autoridades de trânsito sobre as duas prioridades da fiscalização que realmente poderão salvar a vida ou evitar a perda permanente de funções básicas do pedestre atropelado: são eles os controles do consumo de álcool por motoristas e pedestres no trânsito e o de excesso de velocidade praticado por motoristas alcoolizados ou não.
Um comentário:
Sugestão de leitura: Apocalipse Motorizado
Ned Ludd (org.)
A cada três minutos acontece um acidente envolvendo carros na cidade de São Paulo.Vinte mil pessoas são mortas, por ano, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, mas números não oficiais apontam quase o dobro. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mais de um milhão de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente nestes acidentes! As ruas, avenidas e viadutos avançam devastando bairros e expropriando o espaço público da comunidade pelo espaço privado do automóvel.
O petróleo polui e altera as condições climáticas das cidades cada vez mais Congestionadas...
Contudo, até então nenhuma reflexão contundente sobre o papel desumano dos automóveis havia obtido seu devido espaço no Brasil, nenhuma crítica radical contra essas máquinas moedoras de carne humana.
Por isso, o livro Apocalipse Motorizado - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído apresenta uma coletânea inédita de textos sobre a questão do automóvel como uma imposição social, discutindo seus ´efeitos colaterais´ nefastos como poluição, dependência do petróleo, expropriação do espaço público comum e a exclusão social. Mais que uma abordagem teórica, o livro propõe ações práticas e soluções à libertação da humanidade dessa tirania.
A coletânea é ilustrada pelo cartunista americano Andy Singer, cujo livro CARtoons tornou-se referência nos movimentos anticapitalistas ao redor do mundo.
Apocalipse Motorizado não representa apenas uma análise da insustentável organização de nosso atual sistema de transportes, mas também insere sugestões de como, de maneira inteligente e criativa, se opôr à ditadura do automóvel e suas consequências desumanas.
O pensamento ecológico radical de Ivan Illich e André Gorz, o papel do carro em nossa sociedade, a história do movimento anticarro, seu objetivo, como organizar uma ´Massa Crítica´ em sua cidade, sugestões de manifestações bem-humoradas: tudo condensado neste livro bombástico, um guia para quem não aceita ficar parado, vendo o tráfego atropelar suas vítimas.
Mais um acidente de trânsito acabou de acontecer em São Paulo.
OS AUTORES
Ivan Illich (1926-2000) foi um dos pensadores mais surpreendentes dos anos 70 e 80. Com precisão e força atacou cada um dos falsos consensos da sociedade ocidental. O texto de Illich neste livro teve imenso impacto no pensamento libertário de hoje.
André Gorz nasceu em Viena, em 1924, é autor de ´Crítica da Divisão de Trabalho´ (Martins Fontes, 1989)
Aufheben é o nome de um grupo autonomista marxista da Inglaterra surgido nos anos 90.
Car Buster é a principal organização ativista internacional do movimento anticarro.
Reclaim The Streets é um dos principais movimentos ativistas de Londres que surgiu em 1991 com o intuito de tornar as ruas um local de convívio entre pessoas e não somente um espaço de passagem.
Ned Ludd é organizador do livro Urgência nas Ruas Coleção Baderna - Conrad, 2002
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