in: Poémes Négres
(Poèsies Coplètes 1912-1924, Gallimard)
Tradução Livre: Augusto Patrini
África
Strabon a julgava tão pouco preciosa
Grisgris de uso geral
É pelas mulheres que se conta a descendência masculina
e que se faz todo o trabalho
Um pai um dia pensou em vender seu filho; este
se preveniu vendendo-se ele mesmo.
Este povo entregou-se com ardor ao tráfico
Tudo que cai-lhe sobre os olhos excita sua ganância
Eles deixaram tudo com o dedão dos pés, flexionando os joelhos
chafurdando-se todos, com suas tangas.
Eles estavam submetidos a chefes que tinham a autoridade e
que contavam entre os seus direitos com aquele
de ter a primeira noite de núpcias com todas as virgens que se
casavam
Eles não se intimidavam com o das viúvas
Acrescenta o velho autor.
A ilha maravilhosa de Saint-Boradin onde a sorte conduziu alguns viajantes
Dizem que ela aparece e desaparece de tempos em tempos.
Minhas florestas de Madeira ardem por sete anos.
Munbo-Jumbo ídolo dos Madingos
Costa do Ouro
O governador de Guina tem uma disputa com os pretos
Com falta de bolas, ele carrega seus canhões com o ouro
Toto Papo
É apenas o lucro que os faz sofrer o estrangeiro
O comércio dos Europeus nestas costas e sua libertinagem
criou uma nova raça de homens que é
Talvez a mais maldosa de todas
O sacata, o griffe, o marabu, o mulato, o quarto,
o mestiço, o mameluco, o um quarto, o sangue misturado
Feliz da Bossum consagrada ao ídolo doméstico.
1916
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