domingo, 2 de março de 2008

BAZANT Mílada. Lecturas Del Porfiriato IN: Historia de la lectura em México




BAZANT Mílada. Lecturas Del Porfiriato IN: Historia de la lectura en México: El Colégio de México , 19... p.205-242.


Augusto Patrini Menna Barreto Gomes



O texto aborda as leituras feitas no México durante o Porfiriato – problematizando a educação literária, as leituras informais, os periódicos, revistas, a literatura científica, os livros, as livrarias e as bibliotecas do período. Segundo a autora, obras “literárias” – sua forma e conteúdo - deixam vestígios das “aspirações e inquietudes culturais de um povo” –assim como as transformações técnicas e políticas. (p.205)

O período tratado pela autora como um tempo de paz e prosperidade econômica. Parte da elite ilustrada mexicana, segundo a autora, participa deste desenvolvimento. Apesar disto, grande parte da população, sobretudo a rural, permanece alijada de qualquer beneficio. O analfabetismo continua muito alto no México porfirista. De qualquer forma há uma preocupação em usar a educação para empreender uma unificação do país. Mesmo assim a autora não consegue explicar a grande produção de publicações escritas no período.

Quanto aos jornais, ela identifica uma “modernização” com a aparição do jornal subsidiado pelo governo “El Imparcial”, que mudou em termos técnicos e jornalísticos (preferência para as notícias). Porém ela destaca que o jornalismo impresso foi importante para o desenvolvimento do hábito de leitura em todas as classes: “El periodismo fue la única clase de publicación que llegó todas las classes sociales y estimuló el desarrollo de la lectura. Ninguna outra puede igualarse a los diários para dar a conocer los acontecimentos políticos y sociales del México de entonces, que vivia, si, uma época de paz y bonanza, pero también de efervescência política, cultural e intelectual.”(p. 210). De acordo com a autora, apesar da censura, estas manifestações, políticas e culturais se expressaram de maneira ímpar nos mais variados jornais (das mais diversas tendências). Ela ressalta, porém que para Porfírio Díaz era fundamental manter a censura. Para a autora, os jornais influenciavam culturalmente até mesmo a população não letrada – isso por que “formulavam idéias do que se passava pelas ilustrações”.

Já as revistas eram, segundo ela, dirigidas à elite ou à classe média, por que em geral tratavam de assuntos muito especializados, além de coisas úteis e práticas (estas voltadas para a classe média). Destaca-se entre o gênero as revistas literárias (Azul e Moderna) e científicas. Outro aspecto interessante destacado pela autora é o afrancesamento da elite cultural e científica do país, a qual se espelhava em modelos franceses, fenômeno que se expressava em livros, círculos literários, revistas, livrarias e bibliotecas.

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